quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Não desprezem a Sã Doutrina

2ª Tm 4.3-5: “Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceiras nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos.”

         Na história de Israel temos um exemplo do que é estar insatisfeito com a Sã Doutrina. Após testemunharem tantos milagres, como a abertura do Mar Vermelho, o povo ainda provou um outro grande e especial  milagre: o maná que caiu do céu (Ex 18.11-35). Um alimento tão suficiente que os sustentou sadios. Em Ex 16.4, percebemos que, enquanto ouviam e obedeciam a Deus, a provisão de Deus era chamada de “Pão do Céu” ou “Pão dos anjos”. Quando, porém, a vida espiritual daquele povo declinou, a presença de Deus deixou de ter valor para eles, e passaram a avaliar aquele pão como “Pão vil”, “miserável” ou “desprezível”. Desprezaram o Pão de Deus como muitos de nós desprezam a Sã Doutrina, que nos nutre, mantém e inspira. 


 O profeta Sofonias também faz uma denúncia grave contra aqueles que rejeitam a Palavra de Deus: “Não ouve a ninguém, e não aceita correção. Não confia no Senhor, não se aproxima do seu Deus”



Em nossos cultos e reuniões cantamos inúmeras canções que fazem menção do “possível” amor que temos para com Deus. Porém, a afirmativa de Jesus no Evangelho de João 14.21 é categórica: “Aquele que tem os meus mandamentos e os GUARDA, esse É o que ME AMA. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele”. O amor a Deus não se descreve com palavras em canções românticas, mas em uma atitude submissa à sua Palavra. Amar a Deus é, portanto, amar a Verdade e desejá-la como algo essencial para a vida. Desprezar a Verdade é autenticar a falência da alma e o declínio espiritual.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Há benefícios na dor


Há benefícios na dor. Essa é uma frase de grande impacto para quem procura ir além do que suas palavras podem dizer. Alguém já disse que a dor só é intensa em quem a está sentindo. E isso é verdade. Por mais que se procure compreender a dor do outro, isso só será possível quando, de fato e de verdade, em algum momento e de alguma forma, passarmos por ela também.

Jesus Cristo é o único que pode afirmar saber o que é padecer e Ele compreende o sofrimento de cada pessoa nesta terra. Ele sentiu simultaneamente as dores, as decepções, as frustrações e os temores de toda a humanidade e de todas as gerações. E é por isso que há benefícios na dor.

Você já parou para pensar em quantas vantagens podemos desfrutar hoje por causa do sofrimento de Jesus na cruz? Não é possível enumerá-las, tampouco classificá-las. A Bíblia nos orienta a procurarmos agir como Jesus:

“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai. (Filipenses 2.5-11)[1]

Cristo abriu mão de sua posição e se esvaziou de si mesmo porque sabia que dependíamos disso para sermos verdadeiramente vitoriosos nos momentos de dor. Tais momentos nos levam a um profundo conhecimento de Deus e também de nós mesmos. Há quem afirme: a adversidade trata o nosso caráter.

Eu vou além. Creio que a adversidade, em primeiro lugar, revela o nosso caráter e quem realmente somos. A partir daí, quando entendemos e aceitamos o processo de tratamento de Deus por intermédio da adversidade, somos restaurados e moldados durante a dor à imagem de Cristo. O caráter é tudo no relacionamento com Deus, porque Ele é Santo. Para alcançarmos as profundezas de Deus precisamos passar por tudo que é superficial. Precisamos ir além do que nossos olhos naturais podem ver e nosso coração pode sentir. Esse processo, muitas vezes, é lento. Pouco a pouco somos treinados a retirar o que está por cima, pois isso nos impede de enxergar o que há por trás de tanto sofrimento.

É fato que Deus quer o melhor para nossas vidas, mas onde podemos encontrá-lo? O melhor lugar para fazermos tais descobertas é nas profundezas de Deus. Essa é uma proposta bastante desafiadora, porque desde nosso nascimento somos treinados a galgar apenas degraus de subida, jamais os de descida. Deus disse a Jeremias: “Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras” (Jeremias 18.1,2).[2] Descer a casa do oleiro é necessário para entender que só com quebrantamento um novo homem pode surgir, pois lá ele será moldado pelas mãos do melhor oleiro e construtor que existe.

Então, vamos às profundezas de Deus encontrar os benefícios da dor? Nele há explicação para tudo. Há amor, poder, misericórdia, graça, perdão, purificação e fartura de tudo. É necessário apenas que tenhamos paciência e fé. Ter fé é a capacidade de esperar sem desesperar, esperar sem pressa e sem queixas, pois “olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam” (1 Coríntio 2.9).

Texto extraído do Livro HÁ BENEFÍCIOS NA DOR, de Ruth Martins





sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pensamentos...

   
"Sem o poder sobrenatural do Espírito Santo, haveria mais palavras do que ação, mais correria do que resultados, mais estardalhaço do que fatos consumados. A grande comissão poderia ser mais uma profissão e não um ministério".

   
    Elben M. Lenz César, pastor

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Jardim da Cooperação

"A fé cristã é comunitária. Todo pão é pão nosso, todo perdão é perdão nosso, toda vitória é vitória nossa, todo produto é produto nosso e toda bênção é bênção nossa, pois sabemos que a verdadeira identidade de cada um está no relacionamento. Este princípio está nas Escrituras desde sempre".


Pastor Ariovaldo Ramos


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

De ponta-cabeça

O modelo de espiritualidade de Jesus é de ponta-cabeça, diferente dos modelos oferecidos pela sociedade, sejam eles religiosos ou comerciais. Deus, fez-se servo. Rico, fez-se pobre. Autor da vida, a doou generosamente para retomá-la, triunfante. Jesus nos oferece uma outra maneira de ver e viver a vida, com os valores do seu reino, presente e próximo de todos.

Assim propõe o cristão e sociólogo Paul Freston, autor do lançamento:  Nem Monge, Nem Executivo - Jesus: um modelo de espiritualidade invertida.



Fonte: Ultimato Online

terça-feira, 17 de maio de 2011

As coisas pequenas

Somos incapazes de realizar o mais humilde ato da vida cristã, se não recebemos de Deus o vigor do Espírito Santo. Com certeza, meus irmãos, é nestas COISAS PEQUENAS que geralmente percebemos, acima de tudo, a nossa fraqueza. Pedro foi capaz de andar sobre a água, mas não pôde suportar a acusação de uma criada. Jó suportou a perda de todas as coisas, porém as palavras censuradoras de seus falsos amigos (embora fossem apenas palavras) fizeram-no falar mais amargamente do que todas as outras aflições juntas. Jonas disse que tinha razão em ficar irado, até à morte, A RESPEITO DE UMA PLANTA.

Você não tem ouvido, com certa freqüência, que homens poderosos, sobreviventes de muitas batalhas, foram mortos por um acidente trivial? John Newton disse: "A graça de Deus é tão necessária para criar no crente a atitude correta diante da quebra de uma louça valiosa como diante da morte de um parente querido". Estes pequenos vazamentos precisam dos mais cuidadosos tampões. Nas coisas pequenas, bem como nas coisas grandes, o justo tem de viver pela fé!

Crente, você não é suficiente para nada! Sem a graça de Deus, não pode fazer coisa alguma. Nossa força é fraqueza - fraqueza até para as coisas pequenas; fraqueza para as situações fáceis, bem como para as complexas; fraqueza nas gotas de tristeza, como também nos oceanos de aflição. Aprenda bem o que nosso Senhor disse aos seus discípulos: "Sem mim nada podeis fazer" (João 15.5).


por Charles Spurgeon

sábado, 16 de abril de 2011

Você sabe como nasce um paradigma?

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No centro dela puseram uma escada e, sobre esta, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancadas.
Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas. Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que o surraram.
Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, da surra ao novato.
Um terceiro foi trocado, e repetiu-se  o fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.
Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: "Não sei! As coisas sempre foram assim por aqui".

"É MAIS FÁCIL DESINTEGRAR UM ÁTOMO DO QUE UM PRECONCEITO".
(Albert Einstein)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011



A MENTE APAGA REGISTROS DUPLICADOS 

Por Airton Luiz Mendonça 
(Artigo do jornal O Estado de São Paulo)


O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos. 
Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio.... você começará a perder a noção do tempo. 
Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea. 
Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol. 
Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: 
Nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho. Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade. Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. 
É quando você se sente mais vivo. 
Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas. 
Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente. 
Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo. Como acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa , no lugar de repetir realmente a experiência). Ou seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa são apagados de sua noção de passagem do tempo. 
Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida. 
Conforme envelhecemos as coisas começam a se repetir - as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações, -.... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo. Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década. 
Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a... ROTINA. 
A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos. 
Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque). Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos. 
Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.
Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia). Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais. 
Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo. Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente. Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes. Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes. 
Seja diferente. 
Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos... em outras palavras... V-I-V-A!!! 
Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo. 
E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí. 
Cerque-se de amigos. Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes e que gostam de comidas diferentes. 
Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é? 
Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida. 
E S CR EVA em tAmaNhos diFeRenTes e em CorES di fE rEn tEs! 
CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE, REINVENTE... VIVA!!!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

 Nós Nos Tornamos Naquilo Que Amamos
Estamos todos num processo de transformação. Já saímos daquilo que éramos e chegamos a esta posição onde estamos; agora estamos caminhando para aquilo que seremos.

Saber que nosso caráter não é sólido e imutável e, sim, flexível e maleável não é, em si, uma idéia que incomoda. De fato, a pessoa que conhece a si mesma pode receber grande consolo ao compreender que não está petrificada no seu estado atual; que é possível deixar de ser aquilo que se envergonha de ter sido até então; e que pode caminhar em direção à transformação que seu coração tanto almeja.

O que perturba não é o fato de estarmos em transformação, e sim no quê estamos nos tornando; não é problema o estarmos em movimento, precisamos saber para ondeestamos nos movendo. Pois não está na natureza humana mover-se num plano horizontal; ou estamos subindo ou descendo, alçando vôo ou afundando. Quando um ser moral (com o poder de escolha) se desloca de uma posição a outra, necessariamente é para o melhor ou para o pior.

Isto é confirmado por uma lei espiritual revelada no Apocalipse: "Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se" (Ap 22.11).

Não só estamos todos num processo de transformação, mas estamos nos tornando naquilo que amamos. Em grande medida, somos a somatória de tudo que amamos e, por necessidade moral, cresceremos na imagem daquilo que mais amamos; pois o amor, entre outras coisas, é uma afinidade criativa; muda, molda, modela e transforma. É sem dúvida o mais poderoso agente que afeta a natureza humana depois da ação direta do Espírito Santo dentro da alma.

O objeto do nosso amor, então, não é um assunto insignificante a ser desprezado. Pelo contrário, é de importância atual, crítica e permanente. É profético do nosso futuro. Mostra-nos o que seremos e, desta forma, prediz com precisão nosso destino eterno.

Amar objetos errados é fatal para o crescimento espiritual; torce e deforma a vida e torna impossível a imagem de Cristo se formar na alma humana. É somente quando amamos as coisas certas que nós mesmos podemos estar certos; e é somente enquanto continuamos amando-as que podemos nos deslocar lenta, mas firmemente, em direção aos objetos da nossa afeição purificada.

Isto nos dá em parte (e somente em parte) uma explicação racional para o primeiro e grande mandamento: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento" (Mt 22.37).

Tornar-se semelhante a Deus é, e precisa ser, o supremo objetivo de toda criatura moral. Esta é a razão da sua criação, a finalidade sem a qual não existiria nenhuma desculpa para sua existência. Deixando de fora, no momento, aqueles estranhos e belos seres celestiais a respeito dos quais conhecemos tão pouco (os anjos), concentraremos nossa atenção na raça caída da humanidade. Criados originalmente na imagem de Deus, não permanecemos no nosso estado original, deixamos nossa habitação apropriada, ouvimos os conselhos de Satanás e andamos de acordo com o curso deste mundo e com o espírito que agora opera nos filhos da desobediência.

Mas Deus, que é rico em misericórdia, com seu grande amor com que nos amou, mesmo quando estávamos mortos em nossos pecados, proveu-nos expiação. A suprema obra de Cristo na redenção não foi salvar-nos do inferno, mas restaurar-nos à semelhança de Deus, ao propósito declarado em Romanos 8: "Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho" (Rm 8.29).

Embora a perfeita restauração à imagem divina aguarda o dia do aparecimento de Cristo, a obra da restauração está em andamento agora. Há uma lenta, porém firme, transmutação do vil e impuro metal da natureza humana para o ouro da semelhança divina, que ocorre quando a alma contempla com fé a glória de Deus na face de Jesus Cristo ( 2 Co 3.18).

Supremo Amor a Deus

Neste ponto, seria proveitoso antecipar uma dificuldade e tentar esclarecê-la. É a questão que surge de um conceito errado sobre o amor. Este conceito errado pode ser definido mais ou menos assim: O amor é volúvel, imprevisível e quase totalmente fora do nosso controle. Surge espontaneamente e tanto pode perdurar como apagar-se sozinho. Como, então, podemos controlar nosso amor? Como podemos direcioná-lo para objetos mais ou menos dignos? E, especialmente, como podemos obrigá-lo a focalizar-se em Deus como o objeto apropriado e permanente da sua devoção?

Se o amor fosse, de fato, imprevisível e além do nosso controle, estas perguntas não teriam respostas satisfatórias e nossa perspectiva seria desoladora. A simples verdade, entretanto, é que o amor espiritual não é esta emoção caprichosa e irresponsável que as pessoas pensam erroneamente que é. O amor é servo da nossa vontade e sempre terá de ir para onde for enviado e fazer o que lhe foi ordenado.

A expressão romântica "apaixonar-se" nos deu a noção que somos obrigatoriamente vítimas das flechas do Cupido e que não podemos ter controle algum sobre nossos sentimentos. Os jovens hoje esperam se apaixonar e ser arrebatados por uma tempestade de emoções deliciosas. Inconscientemente, estendemos este conceito de amor à nossa relação com o Criador e nos perguntamos: Como podemos nos obrigar a amar a Deus acima de todas as coisas?

A resposta a esta pergunta, e a todas as outras relacionadas a ela, é que o amor que temos por Deus não é o amor do sentir, mas o amor do querer. O amor está dentro do nosso poder de escolha, de outra forma não teríamos na Bíblia a ordem de amar a Deus, nem teríamos de prestar contas por não amá-lo.

A mistura do ideal de amor romântico com o conceito de como nos relacionar com Deus foi extremamente prejudicial às nossas vidas cristãs. A idéia de que é necessário "apaixonar-se" por Deus, como algo passivo da nossa parte, fora do nosso controle, é uma atitude ignóbil, antibíblica, indigna da nossa parte e que certamente não traz honra alguma ao Deus Altíssimo. Não chegamos ao amor por Deus através de uma repentina visitação emotiva. O amor por Deus vem do arrependimento, de um desejo de mudar o rumo da vida e de uma determinação resoluta de amá-lo. À medida que Deus entra de maneira mais completa no foco do nosso coração, nosso amor por ele pode, de fato, expandir-se e crescer dentro de nós até varrer, qual enchente, tudo que estiver à sua frente.

Mas não devemos esperar por esta intensidade de sentimento. Não somos responsáveis por sentir, somos responsáveis por amar, e o verdadeiro amor espiritual começa com o querer. Devemos fixar nosso coração para amar a Deus acima de todas as coisas, por mais frio ou duro que este possa estar, e depois confirmar nosso amor através de cuidadosa e alegre obediência à sua Palavra. Emoções prazerosas certamente seguirão. Cânticos de passarinhos e flores não produzem a primavera, mas quando a primavera chega todos estes sinais a acompanharão.

Agora, apresso-me em negar qualquer identificação com a idéia popular de salvação por esforço humano ou força de vontade. Estou radicalmente oposto a toda forma de doutrina, com "capa" cristã, que ensina a depender da "força latente dentro de nós", ou a confiar em "pensamento criativo" no lugar do poder de Deus. Todas estas filosofias infundadas falham exatamente no mesmo ponto – por presumirem erroneamente que a correnteza da natureza humana possa ser levada a voltar e subir as cataratas no sentido contrário. Isto é impossível. "A salvação vem do Senhor."

Para ser salvo, o homem perdido precisa ser alcançado pelo poder de Deus e elevado a um nível superior. Precisa haver uma transmissão de vida divina no mistério do novo nascimento, antes de poder aplicar à sua vida as palavras do apóstolo: "E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito" (2 Co 3.18, NVI).

Ficou estabelecido aqui, espero, que a natureza humana está num processo de formação e que vai progressivamente se transformando na imagem daquilo que ama. Homens e mulheres são amoldados por suas afeições e poderosamente afetados pelo desenho artístico daquilo que amam. Neste mundo adâmico e caído, isto produz diariamente tragédias de proporções cósmicas. Pense no poder que transformou um garotinho inocente, de bochechas rosadas, num Nero ou num Hitler. E Jezabel, será que sempre foi a mulher maldita cuja cabeça nem os cachorros quiseram comer? Não! No princípio, ela também sonhou com a pureza de uma garotinha e se enrubescia ao pensar no amor sentimental; mas logo ficou atraída por coisas perversas, admirava-as e finalmente passou a amá-las. Aí a lei da afinidade moral tomou conta e Jezabel, como argila na mão do oleiro, se tornou aquele ser deformado e odioso que os eunucos jogaram pela janela (2 Rs 9.30-37).

Objetos Morais Dignos do Nosso Amor

Nosso Pai celestial proveu para seus filhos objetos morais e dignos de serem admirados e amados. São para Deus como as cores no arco-íris em volta do trono. Não são Deus, porém estão mais próximos a Deus; não podemos amá-lo sem amar estas coisas e à medida que as amarmos, seremos capacitados a amá-lo ainda mais. Quais são elas?

A primeira é justiça. Nosso Senhor Jesus amava justiça e odiava iniqüidade (Hb 1.9). Por esta razão, Deus o ungiu com o óleo da alegria acima de todos seus companheiros. Aqui temos um padrão definido. Amar implica também em odiar. O coração atraído à justiça será repelido pela iniqüidade no mesmo grau de intensidade; esta repulsão moral é ódio. A pessoa mais santa é aquela que mais ama a justiça e que odeia o mal com o ódio mais perfeito.

Depois vem a sabedoria. Temos a palavra "filosofia", que vem dos gregos e significa o amor à sabedoria; porém os profetas hebreus vieram antes dos filósofos gregos e seu conceito de sabedoria era muito mais elevado e espiritual do que qualquer coisa que se conhecesse na Grécia. A literatura da sabedoria no Velho Testamento – Provérbios, Eclesiastes e alguns dos Salmos – pulsa com um amor à sabedoria desconhecido até por Platão.

Os escritores do Velho Testamento colocam a sabedoria num plano tão elevado que às vezes mal conseguimos distinguir a sabedoria que vem de Deus da sabedoria que é Deus. Os hebreus anteciparam por alguns séculos o conceito grego de Deus como a essência da sabedoria, embora seu conceito da sabedoria fosse mais moral do que intelectual. Para os hebreus, o homem sábio era o homem bom e piedoso, e sabedoria na sua maior nobreza era amar a Deus e guardar seus mandamentos. O pensador hebreu não conseguia separar sabedoria de justiça.

Um outro objeto para o amor cristão é a verdade. Aqui também teremos dificuldade em separar a verdade de Deus da sua pessoa. Cristo disse: "Eu sou a verdade", e ao dizer isso, uniu verdade com a divindade de forma indissolúvel. Amar a Deus é amar a verdade, e amar a verdade com ardor constante é crescer em direção à imagem da verdade e afastar-se da mentira e do erro.

Não é necessário tentar relacionar todas as outras coisas boas e santas que Deus aprovou como nossos modelos. A Bíblia as coloca diante de nós: misericórdia, bondade, pureza, humildade, compaixão e muitas outras, e aqueles que forem ensinados pelo Espírito saberão o que fazer a respeito delas.

Em síntese, devemos amar e cultivar interesse em tudo que é moralmente belo. Foi por isto que Paulo escreveu aos filipenses: "Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas" (Fp 4.8).

Extraído do livro God Tells the Man Who Cares (Deus Conta ao Homem Que se Importa), de A. W. Tozer.

Usado com permissão

por A. W. Tozer

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011


Abraçando e reabraçando a santidade do corpo e da mente

A propaganda da pornografia, do amor livre, do sexo precoce, do adultério, do homossexualismo e do divórcio é tão bem feita, tão ampla, tão esmagadora e tão bem-sucedida, que as muitas vozes ainda em harmonia com a sexualidade cristã são tentadas a se calarem. No que diz respeito à homossexualidade, por exemplo, os defensores da condição oposta são quase constrangidos a pedir licença para falar sobre a homossexualidade ou a se desculpar por tocarem no assunto. Faz parte da propaganda do sexo ilícito a mensagem de que seus praticantes são a maioria e nós, a minoria. Faz parte da propaganda anticristã a mensagem de que a disciplina sexual é impossível, além de intervir na liberdade individual. Faz parte da propaganda da licenciosidade desacreditar o casamento (vejaCartunista coloca veneno na imaginação dos teenagers e se manda,Ultimato, maio/junho). Por isso, são poucos os que hoje se casam pensando numa união que deve ser preservada e mantida para sempre. Os celebrantes estão sendo pressionados a retirar os compromissos de fidelidade mútua e de durabilidade só interrompidos pela morte.

É nesse mar tempestuoso que os cristãos são chamados a navegar (sem naufrágios fatais). A palavra do bispo N. T. Wright é mais do que oportuna: “Uma coisa é ser atraído pelo pecado; outra bem diferente é inverter os conceitos de moralidade e transformar o mal em bem e o bem em mal”.

Para trazer à lembrança a sexualidade não profanada pelo pecado e para oferecer resistência à propaganda em contrário, leia os textos das páginas que se seguem e os da seção “Especial”.

A entrevista com Guilherme Nacif de Faria, doutor em direito privado e professor na Universidade Federal de Viçosa, mostra que os líderes religiosos têm plena liberdade de falar e escrever sobre suas convicções religiosas na área da sexualidade, “da mesma forma que a filosofia, a ética, a psicanálise e outras áreas do conhecimento humano podem se manifestar livremente sobre a questão”. Porém, ele alerta que essa manifestação seja argumentativa, e não discriminatória.

Todo esse esforço não se destina apenas aos “outros”, mas especialmente a nós, aos nossos filhos e às nossas igrejas. Precisamos abraçar e reabraçar a santidade do corpo e da mente e evitar mau testemunho, escândalos, incoerências, hipocrisia, frouxidão moral, comportamento de risco, separações e casamentos infelizes!

FONTE: Revista Ultimato

sábado, 1 de janeiro de 2011

Terminalidade

Não há opção. Não há como abrandar ou modificar a ditadura do tempo. Ontem terminou aquilo que começou exatamente há um ano e daqui a um ano vai terminar o que começou hoje. 2010 se retirou à meia-noite e 2011 despontou em seguida. Tem sido assim desde a criação dos céus e da terra. Não se pode dizer que 2010 estava doente e precisou sair para dar vez a um outro ano mais sadio. 2010 seria substituído por 2011, estando ou não sadio.
Outro fim inexorável é o fim da vida. Esse, sim, é mal visto e indesejado por quase todos. Em certo sentido, todos estamos no estado terminal, já que ninguém é absolvido da morte. Mas é na velhice que se pensa mais na morte. Temos inventado muitas expressões para nos referir à velhice de modo mais educado e encorajador: terceira idade ou a melhor idade etc. Outro dia, a advogada Ângela Tuccio, responsável pelo departamento jurídico do Hospital São Camilo, em São Paulo, usou uma palavra muito apropriada: esse último estágio da vida humana deve ser chamado de terminalidade.
Isso me fez lembrar a melhor descrição de terminalidade jamais escrita. Ela está no último capítulo de Eclesiastes, que descreve magistralmente a decrepitude humana — com a idade, tanto a audição como a visão diminuem progressivamente, as pernas ficam fracas e as mãos começam a tremer, os dentes caem, os cabelos ficam brancos, caminha-se perigosamente e passa-se a temer os lugares altos. O auge da terminalidade é descrito como a lamparina de ouro (o dom da vida) que cai e quebra ou como o pote de barro que se despedaça quando a corda que o prendia se parte. O leitor de qualquer idade fará muito bem se ler atenciosamente o 12º capítulo de Eclesiastes.
Há poucos dias, encontrei-me com um missionário irlandês muito enfermo. A doença é grave, progressiva e sem esperança de cura, chama-se ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica). Aos amigos, ele confidenciou: "Eu tenho ELA, mas Ele me tem!". Esse mesmo amigo, de 66 anos, também declarou: “Se o Senhor me curar, vocês verão a glória de Deus; e se ele não me curar, eu é que verei a sua glória!”.
Que neste novo ano, sua confiança em Deus, seu respeito por Jesus Cristo e sua disposição de não entristecer o Espírito Santo cresçam a olhos vistos, para você mesmo e para a comunidade. A esperança deve pesar muito mais do que as lamúrias neste final de ano e neste início de outro ano! 

Elben César